O Dia da Tauromaquia esteve interrompido pela pandemia e regressou em força. Angariou cerca de 30 mil euros para a defesa da Festa e proporcionou um excelente dia aos aficionados, com um programa bem recheado de iniciativas, que culminou num festival taurino bem passado.
O que fica com nota negativa neste Dia da Tauromaquia português, é a localização. Nada a apontar em falta ao que foi proporcionado tanto pela câmara da Moita como pela praça Daniel Nascimento e sua empresa, contudo, este é um dia simbólico que precisa de se encaixar num local que é um símbolo, como até agora tinha sido feito.
E esse símbolo é o Campo Pequeno. Não vamos cair na tentação de achar que há outro local menos simbólico para o toureio nacional em geral e para o equestre em particular, do que a praça lisboeta, onde também se centram os ataques, em forma de manifestação, dos anti-taurinos.
Portanto, se tudo correu bem e a gosto de todos os participantes, podemos apenas deixar o reparo: lutem para quero Campo Pequeno não seja privado da tauromaquia.
No programa constaram demonstrações de escolas de toureio, de pegas e de toureio a cavalo. Houve uma belíssima bulltalk (palestra) e recortadores não arena, bem como exposições de pintura taurina e exibição de ofícios taurinos, bem lojas da área.
E muito importantes explicações aos mais jovens sobre como ver uma corrida de touros.
Porém, permanece a dificuldade de abrir portas aos não-aficionados (algo diferente de anti-taurino!), ao largo público indiferente. Sabendo que não é fácil, este dia abre tantas portas e continuamos a ver as caras conhecidas.
Há que batalhar para alcançar um público desconhecedor.
Na arena, à tarde foi de João Ribeiro Telles, taco a taco com João Moura Júnior. Ana Batista abriu praça e foi de menos a mais na sua lide, enquanto João Salgueiro da Costa teve a rolha da tarde.
Já no toureio a pé, Juanito destacou-se, o que seria natural ante um competidor que era apenas novilheiro praticante, o jovem Filipe Martinho, que apesar desse estatuto esteve muito ovacionado no tércio de bandarilhas.
Os forcados da tarde foram os de Montemor e do Aposento da Moita, tendo havido destaque claro para o grupo alentejano, que chegou a ter oportunidade- bem agarrada – para uma rara cernelha. O ambiente foi, desde as dez da manhã até às tantas da noite, sempre de festa da Festa.
Sílvia Vinhas