No passado dia 3 de Abril, realizou-se uma Corrida de Toiros à Portuguesa, esta solidária com a COFESMAR, em Ermidas do Sado. Cerca de dois terços de praça para assistir às lides de Rui Salvador, Francisco Núncio e António Maria Brito Paes frente a um curro de Silva Herculano, de boa apresentação mas com diminuta bravura.
Rui Salvador recebeu o primeiro da tarde com primazia, cortando o toiro nos terrenos, parando-o no centro. A colocação da ferragem comprida foi com nota de excelência. Na ferragem curta, frente a um toiro promissor, Salvador executou bonitos ladeares com o “Xairel”. Um toiro que cumpriu mas que rachou ainda cedo, obrigando Salvador a pisar os seus terrenos para a cravagem das bandarilhas. No segundo do seu lote, este um pouco mais reservado, mas que Salvador conseguiu dar a volta por cima, fazendo-se valer da sua experiência e maestria. Boa nota para o Bandarilheiro João Silva “Açoreano” a destacar-se a receber o hastado, deixando-o bem colocado no centro da arena.
Francisco Núncio, empenhou-se frente ao primeiro do seu lote, um toiro pouco equilibrado e reservado. O susto já se fazia prever quando ainda na cravagem dos compridos e, devido ao mau estado do piso, o seu cavalo escorrega, resultando numa queda. Passado o aparato, Núncio regressa para a cravagem dos curtos, com algumas passagens em falso, num toiro que não se movimentava. Na lide do seu segundo toiro, Núncio volta a pisar terrenos perigosos (mau estado do piso) e o inevitável volta a acontecer, desta vez o cavalo equilibrou-se e não passou do susto. A estar mais consistente na cravagem, sem conseguir tirar proveito de um toiro que nada tinha a oferecer.
António Brito Paes teve azar no seu primeiro toiro, o pior da corrida. Um toiro manso, que investia aos arreões, um toiro que rachou demasiado cedo fechando-se em tábuas logo na ferragem dos compridos. Apontamento para a exemplar brega de Joaquim Oliveira, a mostrar excelente trabalho na colocação do toiro. No final da lide destaca-se um bom ferro curto de Brito Paes. No seu segundo toiro e último da tarde, este com algumas semelhanças ao primeiro da corrida. Com uma investida mais franca, Brito Paes conseguiu entender o oponente e consegue uma lide distinta com apontamentos de toureio e alguns adornos que lhe valeram os aplausos do público. Destaque para o remate da lide com dois ferros de violino notáveis.
As pegas estavam a cabo dos grupos de forcados amadores de Lisboa e Beja.
Pelo grupo de Lisboa pegaram os forcados Bernardo Reboredo e João Varanda ao primeiro intento estando bem na cara do toiro com as ajudas a entrar a tempo certo. Menos sorte para o forcado António Galamba que após 3 tentativas em que este mostra alguma inexperiência no momento da reunião, adiantando as mãos; pegou assim ao 5º intento a sesgo, voltando a adiantar os braços mas consumando a pega.
Pelo grupo de Beja as pegas foram todas consumadas à primeira tentativa pelos respectivos forcados: Guilherme Santos, Ricardo Castilho e Francisco Patanita, estando todos os forcados exímios no momento da reunião bem como a boa prestação dos ajudas.
Uma nota final para o péssimo estado da praça, alerta-se uma vez mais os empresários para terem cuidados redobrados, pois nestas condições, por vezes acontecem acidentes demasiado graves.
Denise Coelho (Médica Veterinária)
