Boas notícias e porque sempre acreditei que unidos levamos a “coisa” a bom porto (qualquer dia ainda me convidam para um sindicato qualquer)!
O “Projecto Tauromaquia, Património Cultural de Portugal” foi um dos dois vencedores nacionais do Orçamento Participativo, entre 600 projectos, lançado pelo governo. Que bom!!! Desta vez, unimo-nos todos em prol da defesa do que gostamos! Com isto, o Ministério da Cultura é agora responsável por apoiar os municípios no levantamento do património tauromáquico, o que faltava no nosso país, um “inventário” desta nossa cultura.
Ainda, as iniciativas que cada vez mais se multiplicam pelo mundo taurino, novas abordagens de comunicação e divulgação com um toque jovem e irreverente, aulas práticas, o aumento da proximidade com o público, penso que este sim, será o caminho certo, digo eu que pouco sei.
Mais, e porque afinal, voltei a acreditar em alguma forma de justiça, a “concejal” (do Ayuntamiento Valenciano de Catarroja), Datxu Peris, terá que indemnizar a viúva de Víctor Barrio e retirar todas os infelizes comentários que fez nas redes sociais aquando do seu falecimento.
Assim se “educa” quem nada tem que se assemelhe a isso.
Escrito por John Donne no séc. XVII, mas relembrado pelo nosso “mui” sábio e indiscutivelmente taurino, Hemingway no “Por quem os sinos dobram”, “a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso nunca perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.
Pena que esta leitura tenha escapado a alguns…
Alguém disse “não vamos aos touros para divertir mas sim para emocionar”, não sei quem foi, mas gostava de ter sido eu!
E agora sim, voltando ao “mundo de amor”, amor é uma palavra muito banalizada a meu ver. Ama-se uma camisola, ama-se uma série de tv, ama-se sushi (eu cá, não amo nada disto, guardo a palavra amor para coisas mais importantes, mais sublimes, os meus!). Amor tem-se por pessoas, por artes, por terras ás quais pertencemos, por coisas que nos fazem sentir muito mais que um “hot roll”.. Ama-se ou não, o mundo taurino, a arte em si, sejamos “Mouristas” ou “Morantistas”, o que nos move e leva a correr praças atrás de uma ou outra figura, a ficar uma pilha de nervos com este ou aquele grupo de forcados.
Adoro as praças onde a beleza se estilhaça e multiplica para algo maior, mais vasto, mais inclusivo, onde não existem diferenças, a beleza do espetáculo que é apenas bela, clássica e arrebatadora, indiscutível, magnânima e sem tempo, porque é como se o tempo parasse. É uma coisa tão óbvia que ultrapassa o nosso entendimento, que nos ultrapassa a nós, e às nossas coisinhas, na sua evidência simples: a de ser apenas bela.
“Amor com amor se paga”, novela ou frase chavão tanta vez mal usada, mas aqui, parece-me a moeda de troca perfeita! E porque nunca falo por ninguém, mas desta vez, e só desta, posso dizer, que sim, amamos a festa, toda ela luz, luz própria, tanta luz… e vento e geometria temperamental. E é este tipo de amor que nos torna tão humanos…
Até Mourão, quanto mais vivo e aprendo, mais gosto de ser taurina!
E sei que não sou a única…