Em jeito de balanço, mas nunca, nunca, com autoridade suficiente para opinar sobre o que quer que seja, apenas e só, a minha visão…
E não quero ser um “Velho do Restelo”, dar palpites, ou fazer crítica taurina, nunca! Guardo isso para os que sabem, ou mesmo, os que acham que sabem, eu não sei de todo!
Porque o mundo taurino é um mundo de amor, e uma verdadeira escola de valores, uma espinha dorsal nas nossas vidas, tretas ou não, já vão perceber porquê…
Em jeito de “projecto de balanço”, desta temporada, retenho, mais gente nas praças de um modo geral, ainda que com datas coincidentes em praças próximas?
Confirmação, consagração e apoteose de grandes figuras do toureio nacional e internacional, crescimento e surgimento de promessas, mais indultos e saídas em ombros, parecem-me excelentes indicadores!
Tive a sorte de ir a muitas, mesmo muitas, e sei bem o que pesa na carteira a quem paga bilhete, outros haverá que por este mesmo motivo, não terão a mesma sorte que eu.
Como se contorna isto? Não faço ideia, não percebo nada de gestão de praças e espetáculos.
Se calhar também seria necessário, pelo que todos sabemos, repensar a festa, o peso dos toiros, questões de segurança e meios de saúde nas praças.
Há também o fenómeno crescente e gritante dos treinadores de bancada. É certo e sabido que há praças com públicos mais conhecedores e sérios que outros, mas comentadores “in loco”? Quase parece o milagre da multiplicação de comentadores desportivos na TV, mas esses, ao que sei, são pagos para lá estar…
É ok cada um ter a sua opinião, a sua visão, mas a falta da humildade, quase sempre torna-nos em seres pouco ou nada interessantes. Querer sempre saber mais, e quem quer saber sempre mais, é inteligente o suficiente para aprender, ouvir, ver e sem soberba, opinar. A solidez de convicções é do caraças! A solidez adora o seu pequeno prazer, óbvio, ui, e cada vez mais, mas não precisa da vaidade constante do ego, que vai largando, não quer ser o maior lá do bairro.
O toque de “rezinguice” – o que até tem a sua piada, os sempre compreensivos e concordantes são uma seca! Estes, normalmente à espera que os opinativos pousem na sua sinceridade. Eles, pelo seu lado, não dão nada, ou dão pouco, e recebem tudo, até as ideias dos outros que depois podem reproduzir, se alguém lhes perguntar. Claro que uma minoria é apenas mais inteligente do que todos os presentes e prefere reservar-se, porque seria uma canseira explicar-se.
Bem sei que me estou a armar em “desdramatizadora”, e estes costumam ser irritantes, roubam a aura dramática e complicada das coisas que o oposto, os dramáticos, para os quais tudo é um tumulto, tanto gostam de enfatizar .
A festa, tal como a sociedade, precisa de todos eles, calados, rezingões, reis do bairro, mas na dose certa, claro está…
Ainda que seja necessário falar das sombras para que do bom se beba o melhor, hechamos el capote, e que venham as luzes!
Só neste mundo há uma luz assim, própria, única, inexplicável e sentimental…