Que bom que é ter Tv, Internet, etc., que seria de nós nesta altura sem tudo isto?
E que bom que é ver iniciativas das praças de touros, dos órgãos de defesa da tauromaquia, toureiros, ele são lives, ele é entrevistas, resumos de feiras passadas, promoção de marcas, etc. Ah, esperem, é quase tudo lá fora! E por cá? Tudo bem? Tirando um órgão de comunicação ou outro.. mas e quem de direito?
Há muita coisa sobre a qual não falo, não tenho conhecimentos, assim de repente, Epidemiologia, Astronomia, por aí.. Agora de promoção e de marcas, percebo sim, e é agora que as pessoas estão mais disponíveis, carentes e receptivas, que se trabalham e fidelizam e ganham novos potenciais seguidores! E não me venham dizer que não é bem assim, é! Alguns fazem o que é devido, outros tiram férias…
Por falar em mais tempo em casa, surge já essa grande contradição que é:
A violência na tauromaquia/ A violência na pandemia.
Na Tv, a saber os argumentos largamente utilizados pelos anti:
As touradas são o principal motivo de queixa dos telespectadores, e a violência contra pessoas e animais não pode ser serviço público!
Sendo que: “O Estado português reconhece que as touradas “podem ferir a suscetibilidade dos espectadores” conforme está estipulado no Decreto-Lei n.º 89/2014 de 11 de junho, reconhecendo o carácter violento das touradas e o seu impacto negativo nas pessoas que a elas assistem.
Por sua vez, o Comité dos Direitos da Criança da ONU, em 2014, pronunciou-se sobre a tauromaquia, tendo instado o Estado português a “adotar as necessárias medidas legislativas e administrativas, de forma a proteger todas as crianças envolvidas em treinos e atuações em touradas, bem como na sua capacidade de espectadores”. O Comité instou ainda o Estado português a tomar medidas de sensibilização sobre “a violência física e mental, associada à tauromaquia e o seu impacto nas crianças”.”
Não concordamos com nada disto, é certo, mas veja-se a incongruência: o mesmo Estado que nos abriga a pagar um canal de Televisão Pública, que cuida de nós para que nada nos falte:
E mencionar mortes, imagens de funerais a torto e a direito, pessoas em camas de hospital ligadas a respiradores? E as palavras “infectados” e pandemia a cada segundo?
E que dizer quando nada disto tem horário? Sim, não estamos a falar de assuntos que só são falados em hora de noticiários, etc., os dias inteiros?? Vamos lá pensar um bocadinho, nestas alturas, que estão em casa crianças, jovens, jovens de mais idade, não seria mais didático e proteccionista, passar mais conteúdo lúdico?
Ou não nos interessa nada manter a saúde mental de todos? Ou isto já não tem impacto negativo? Há coisas que não entendo mesmo!!!
Sabemos que uma mensagem preocupante que os media nos vendem é a de que a violência é aceitável e que a inteligência está fora de moda. A moralidade está ultrapassada.
A violência brutaliza. Torna as pessoas rudes e deprime os outros. O seu impacto é aniquilador e corruptível. Dizem: “É realista. Reflecte a realidade.”
Não se tem aparelhos para mantê-los desligados. Não se pode “desligar” a mente ou abster-se de algo desagradável que está a ser transmitido a cada momento.
A violência nos media é apenas uma manifestação do grande fascínio da sociedade pela violência, mas esta não é apenas um reflexo da violência na sociedade, é também um contributo!
Se a nação deseja produzir gerações futuras de adultos produtivos que rejeitem a violência, o papel vital do Governo deverá ser proteger os seus cidadãos mais vulneráveis e, juntos, trabalhar para que os media façam parte dessa solução.
Posto isto, Touradas é que não pode ser!
Sempre existiram tentativas de proibir a tauromaquia, se bem que as razões diferem das de hoje. Vejam, em 1567 o Papa Pio V mediante a bula “De Salutis Gregis Dominici” tentou proibir festejos taurinos, mas a justificativa era de que os homens punham as suas vidas em risco! A dignidade humana acima de tudo e não a equiparação tonta à dignidade animal, se pensarmos em mosquitos e afins.. Espetacular, certo? Tão espetacular que daqui resulta que não é legítimo nem democrático proibir a tauromaquia, o comportamento de cada um não pode afectar a dignidade do outro! Assim se vive numa sociedade democrática e madura, ok?
Mil vezes um mau feitio: nada é melhor, e até urgente, do que um ser evoluído.
E um dia isso vai ser uma verdade universal.
O que é extraordinário nestes tempos estranhos é observar como as pessoas se revelam na sua fragilidade, egoísmo, histeria ou absoluta coolness, clareza de espírito e inabalável dedicação.
É tão enternecedor como assustador.
A parte boa é sabermos que o lado que defendemos ficará à mostra. Como o pseudo- animalismo que por fim se revela como não sendo absolutamente nada!
É esperar que todos, juntos em afastamento, seguremos este barco resistente até a tempestade acalmar., e até lá, protegermo-nos do esterco dos media o mais possível.
Porque já me vão faltando rituais e lugares de sempre, e não só porque viraram moda, deixo aqui um excerto de umas Sevillanas dos grandes Los Romeros de la Puebla, um canto à vida, um canto à felicidade:
“No te olvides de vivir
La vida tal como viene
No te olvides de vivir
Que el mundo sigue girando
Intenta de ser feliz
Por muy oscura que sea la noche, siempre amanece”
Ester Tereno