Numa manhã solarenga, pelas 12:00h, e com cerca de três quartos de praça, Ginés Marín, João Silva “Juanito” e Alfonso Cadaval entraram na arena de Olivença para lidarem seis novilhos da ganadaria Alejandro Talavante.
Ginés Marín recebeu o primeiro da ordem, com 470kg, de joelhos, por entre verónicas rematando com revolera. No capote já fazia adivinhar que vinha à procura do triunfo na sua despedida como novilheiro.
Marín mostrou técnica e toureio arrojado. Por entre derechazos, com o toiro a investir franco e fixado na muleta não demorou muito até se ouvir o primeiros acordes de um belo pasodoble. Mostrou audácia e toureando sempre curto, mostrando uma certa audácia que já lhe vem sendo característica. Uma boa estocada no final valeu-lhe o “passeillo” com uma orelha na mão. ( orelha).
João Silva “Juanito”, que debutava com picadores, veio a Olivenza com vontade de triunfar e mostrar o seu valor, no entanto, o lote que lhe coube em sorte acabou por ser o pior da corrida, não deixando Juanito mostrar o seu toureio. No segundo da corrida, com 457kg, Juanito recebeu-o também de joelhos, no entanto, o toiro andou sempre solto e algo distraído, mostrando alguns sinais de mansidão. Ainda assim, Juanito tentou tirar partido do oponente, ainda que este protestando na muleta. Após um pinchazo, acabou por dar meia estocada que resultou eficiente. (Ovação).
Alfonso Cadaval, que também debutava, recebeu o seu novilho, de 450kg, com verónicas bem desenhadas. Na muleta sofreu alguns toques com um novilho que não humilhava e lhe trouxe algumas dificuldades. Numa faena sensabor, um novilho que não transmitia e até acabou por “rachar” cedo, deixando o público a suspirar por mais. Após dois pinchazos e uma estocada descaída, acaba por usar o descabello depois do primeiro aviso. ( Ovacão, com aviso).
Para o 4º novilho, com 461kg, Gines Marín recebeu-o com verónicas, com o toiro investindo de largo e mostrando codícia na sua investida.Marín executou bonitas chiquelinas mostrando a sua qualidade.
Ao brindar a lide ao público, a montera cai virada abaixo na arena, fazendo prever a sua sorte. Foi de joelhos, no centro da arena que Ginés iniciou a com a muleta. Com o toiro a investir de largo, e fixado na muleta, Marín demonstrou a sua garra numa faena onde alternou passes pela direita e pela esquerda, delineando uma série de muletazos que fez vibrar as bancadas. Finalizou com uma estocada imaculada. (duas orelhas).
“No hay quinto malo”, uma expressão diversamente utilizada, mas que nesta manhã foi a exceção à regra em Olivença. Juanito recebeu o nº32, de 475kg com bonitas verónicas. Desde cedo o toiro saía solto no capote, algo distraído e com tendência a fechar-se em tábuas. Tal situação acabou mesmo por acontecer, obrigando Juanito a toureá-lo em terrenos arriscados. O novilho apresentou sempre uma investida fingida, fixado no toureiro. (Ovação).
Por último, o nr 38, de 455kg, foi recebido por Cadaval com verónicas. Com um novilho que mostrava uma bonita investida, humilhando, foi com derechazos que o toureiro de Sevilha desenhou uma bonita faena, onde se ligou ao novilho, levando-o redondo e fixado, com passes harmoniosos, arrancando o “Olé” das bancadas. Foi pela esquerda, com bonitos naturais que Cadaval conseguiu o exponencial da sua lide. Uma meia estocada foi suficiente para alcançar uma orelha. (Orelha).
Denise Coelho