Novembro entrou…. e com ele veio a XL Feira Nacional do Cavalo. De 6 a 15 de Novembro a Golegã voltou a ser o palco principal, onde o mundo equestre se reuniu. Desde aqueles que competiram nas diversas modalidades até aos que simplesmente gostam de cavalos, todos eles marcaram presença no largo do Arneiro. Não é por acaso que a Golegã se apelida de “Capital do Cavalo”.
O tempo estava convidativo e no dia de S. Martinho não faltaram as castanhas e o vinho! Cativante é a palavra que pode descrever o ambiente festivo que se instaurou nas ruas da vila. Cavaleiros e amazonas trajados a rigor passeavam pela manga, sem deixar de reparar no aumento do número de ginetes nas suas “monturas” a lembrar-nos a diversidade cultural que existe no mundo equestre mas que ali montavam lado a lado em harmonia.
Não há dúvida que o objectivo principal é a mostra do cavalo Lusitano e por isso o ponto alto da feira foi o concurso de Modelo e Andamento de PSL, isto para quem vai à feira pelos cavalos, onde grandes criadores portugueses mostraram os seus produtos.
É aqui, nesta feira que muitas das trocas, vendas e negócios acontecem, diversos cavalos “toureiros” foram aqui descobertos e onde muitos dos PSL em exposição rumam ao estrangeiro. Além de todos os concursos, campeonatos e espetáculos equestres que agradam sempre o público, nas ruelas e bares já se cantava o Fado e já se bailavam Sevilhanas.
Na manga os miúdos faziam as delícias de quem os observava, com apenas “palmo e meio”, montados a cavalo e trajados a rigor, seguindo os passos dos pais e avós que se reúnem uma vez mais para cumprir tradição. O fumo da castanha assada origina a neblina característica do Arneiro, o som das charretes ecoam pelos becos e o bater de ferradura avisa a alguém mais distraído que a prioridade é do cavalo!
O Flamenco cada vez mais presente, fez as delícias daqueles que tentavam enganar o frio com um copo de abafado ou água-pé. Sempre lado a lado com “nuestros hermanos” vão passeando as suas montadas e vão procurando “abrigo” nos bares que iluminam as ruas da Golegã.
Também nas características “casetas” das diversas coudelarias, cada uma decorada com fotografias dos melhores exemplares da raça com o ferro “da casa”. Discutem-se resultados, trocam-se ideias e relembram-se velhas histórias deste e daquele cavalo, tudo isto ao passo que se degustam enchidos e queijos sempre acompanhados do bom vinho. Lá fora, à janela, montados a cavalo, juntam-se à conversa e aproveitam para beber um “abafadinho”.
O ambiente é de festa, e a essência das conversas sempre focada nos cavalos, nos toiros e em todo o ambiente que rodeia essa nossa tradição. A vila da Golegã, estava assim, trajada a rigor; com capotes e safões, chapéus e boinas, botas e esporas.
Mais uma feira passou, na memória ficam os momentos, as fotografias, para mais tarde recordar, e claro, a vontade de para o ano lá voltar!
Denise Coelho