Fomos ver Juli e tivemos Juli. Como de costume. Não é maestro para nos defraudar.
Mas também vimos Ginja e também vimos Margaça.
Faltou-nos ver os touros da segunda parte, quer fossem os Veiga Teixeira ou os Garcigrande, mas tivemos touros na primeira parte.
E também houve pegas de Santarém e de Évora. Fomos ver Juli e tivemos de tudo um pouco, além de Juli.
E também tivemos casa cheia na praça maior que é Santarém.
O que faltou foi seriedade e ética da parte da DGS, mas isso é outra crónica.
O que importa agora é Julian Lopez, trouxe para tourear os touros que lhe caem no goto, embora todos saibamos que ele é capaz de tourear praticamente tudo.
Garcigrande desiludiu. O primeiro era melhor do que o segundo, que foi um manso, mas o primeiro do lote foi posto “em bom” pelo matador. Começou por uma série de verónicas profundas, rematada com uma meia verónica deliciosa.
Na segunda série de capotazos cingiu-se em chicuelinas e percebeu o touro que tinha, não nos dando o cada vez mais raro privilégio de o ver bandarilhar. E muito menos o poderia ter feito no seu segundo do lote.
Na muleta, ensinou o touro o que era investir e ajudou-o a baixar a cara e tudo isto também é toureio, e há muitos que não o sabem realizar. Pouco depois tinha touro para nos dar os muletazos que ansiamos neste gabarito. Lidou por ambos pitons, sacando-o num redondo memorável, com passes de peito a raspar e sempre por cima do touro. Lide linda de se ver.
O segundo que lhe saiu da porta dos sustos não tinha como aprender, mas não foi isso que o fez desistir. Conseguimos ver as veronicas bem sacadas no capote e alguns passes na muleta, com Juli a não atirar o pano antes de toda a praça perceber que o touro que fugia para tábuas deixando a flanela rubra nas costas não tinha mais o que dar.
Os Veiga Teixeira foram melhores, sobretudo na primeira parte. João Ribeiro Telles teve uma lide inicial de grande nível, recebendo à porta gaiola, conduzindo o astado nas sedas, cravando de forma correcta e com uma elegância e emoção de realçar. Coisa que já não foi possível ver na última lide, uma vez que não tinha oponente, e nem mesmo o Ilusionista da sua quadra pode ajudar.
Francisco Palha optou por começar a sua actuação em Santarém com uma sorte gaiola excelente, mantendo o nível no segundo comprido e depois nos curtos. Manteve a brega discreta e suficiente, muito acertada, para guardar a emoção na reunião e o brilho para rematar as sortes. Outro grande momento da tarde. Com o último que lidou teve tanta sorte como os comparsas de cartel e não houve muito que contar, a não ser que manteve uma lide possível que não envergonhou ninguém.
Santarém pegou os touros de Telles e Évora os de Palha, respectivamente com Francisco Cabaço que se fechou ao segundo intento, e Francisco Graciosa que dobrou Salvador Ribeiro de Almeida após três tentativas deste forcado que se lesionou.
Évora teve como primeiro forcado de caras António Torres, que se fechou à primeira tentativa, e depois foi o cabo, João Pedro Oliveira, que consumou o intento à terceira.
Uma tarde Kodak: para mais tarde recordar.
Sílvia Del Quema Vinhas