A expectativa era elevada para a noite de 27 de Maio, na Praça de Toiros Daniel Nascimento. Num mano-a-mano entre Diego Ventura e Roca Rey. Com a praça composta, no entanto, longe do “no hay billetes” que se adivinhava.
Devido a problemas logísticos, Roca Rey chegou com um considerável atraso à Moita…(fossesm todos os problemas este!).
Abriu praça Diego Ventura que logo “sacou” os trunfos da sua quadra. Frente ao seu oponente de 540kg , bregou por ladeares e cravou bonitos ferros curtos. O toiro não transmitia mas Diego foi esforçado. Com o cavalo “Remate”, fez jus ao nome cravando de forma exímia três ferros de palmo em sorte de violino. No segundo do seu lote, com 515kg , um toiro com mais “pata”, mais vivacidade; Diego montou “Sueño” e concretizou uma lide cheia de emoção. Porém, foi frente ao 5º e último toiro lidado a cavalo que Diego levantou as bancadas. Ligou-se ao toiro e conseguiu cravar ferros de praça a praça, aguentando na cara do toiro, esperando pela sua investida. montou o cavalo “Fino” que se comparava a uma muleta. Flexível, destemido, foi sem dúvida a lide da noite; Diego arrancou com todo o mérito o triunfo da Moita.
As pegas ficaram a cabo dos forcados Amadores do Aposento da Moita. Para a cara do primeiro foi José Maria Bettencourt fechou-se à córnea ao primeiro intento numa pega harmoniosa, sendo a melhor da noite. Para o 3º e 5º foram caras os forcados Nuno Inácio e Leonardo Matias consumando as pegas ao 1º e 2º intento respectivamente.
Quem alternou com Ventura foi Roca Rey, tenro na idade, mas com um toureio maduro, com técnica e valor. Apesar do seu esforço, não conseguiu brilhar frente ao curro de Juan Pedro Domeq (que na minha opinião, ficou a faltar-lhes um pouco de “verdade”… não fosse a falta da sorte de varas! Mas este é outro assunto).
Ao contrário de Ventura, o diestro teve uma actuação de mais a menos; sobressaiu frente ao primeiro toiro com 490kg, algo andarilho e por vezes parecendo “tocado” detrás. Depois de belos lances de capote alternando Verónicas com Chicuelinas, esteve bem na muleta, num “cambio de mano” onde tirou todo o proveito das qualidades do toiro. Resultando numa faena suave e templada.
O segundo do seu lote, este com mais vivacidade e, talvez, aquele que teria sido uma grande surpresa não fosse a falta da vara…. Recebeu o Domeq de 505kg com bonitas Verónicas. Já com a muleta, Roca desenhou uma bonita faena, mais emotiva e empenhada, pois o toiro não era assim tão fácil como Roca o fazia parecer. Finalizou trazendo o toiro redondo, buscando-o por detrás e rematando em passe de peito. Foi com bonitas manoletinas que rematou uma boa lide.
Por último e já em hora tardia, Roca Rey recebeu o hastado de 510kg. Um manso que não se deixou lidar. Valeu o esforço de Roca para lidar um toiro que se encurtava na esquerda, que se parava na investida e sempre que o toureiro se destapava um pouco, logo este aproveitava para o tentar agarrar. Uma lide breve e sem muito para contar, a não ser a “estocada” final.
Deixo em nota de rodapé a agradável surpresa que tem sido o crescente interesse pelo toureio apeado nas nossas praças, quer seja com figuras internacionais quer nacionais, porém, devíamos ser mais insistentes com a verdade do toureio a pé e com o impacto que falta da vara tem ainda nos dias de hoje. Apesar de tudo, que continue a ser crescente a introdução desta vertente da tourada e que a aposta também seja feita com a “prata da casa”.
Denise Coelho