Estamos todos em choque com a notícia de que a Plataforma Basta de Touradas fez até uma queixa à CPCJ, contra a família do Tomás Bastos, de 13 anos, filho de David Antunes. Ameaçam mesmo retirar a criança à família, acusando-a de “negligência” e de “colocar em risco a sua vida”. O que é isto senhores??? Mas e então, se vamos por aí, tudo o que é menor e trabalha? Tv, publicidade, ginastas, desporto etc? E as crianças verdadeiramente em risco, a precisar de ajuda, onde ficam?
Perdemos o super arquitecto Goncalo Ribeiro-Telles, que nos deu a conhecer a verdadeira Ecologia, aquela que muitos deturpam hoje em dia. Cedo nos pôs a admirar jardins – ele que amava tanto o campo como a cidade. E é ver os pseudo-ecologistas a lamentarem o seu falecimento, sem sequer imaginarem o que na verdade defendia.. enfim!
E agora uma boa notícia! A demolição da Praça de Touros da Póvoa de Varzim, suspensa, depois de uma acção interposta pela Patripove, a Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro.
Não é isto que um representante do povo deveria fazer, vulgo Presidente de Câmara?
Também representante, o novo Director Regional da Cultura nos Açores é anti-taurino, o Padre Ricardo Tavares.
A aprender, do nosso querido, saudoso e muito sábio, Padre Agostinho:
“Não defendo as touradas, defendo o povo e a sua identidade! (…)
A opinião do meu Bispo: está com o povo, está no seu lugar, no lugar que deve ocupar”.
Com a nova onda soprada pela net de tudo nivelar, temos que ser quase todos iguais, só que alguns têm apenas mais garra. E isso não tem mal nenhum. O seu mundo tem vistas desafogadas e é por isso que vão à frente a segurar a lanterna. E a Patripove sabe bem disto, e precisamos de mais que segurem lanternas e lutem!
E o protesto da restauração e afins frente à Assembleia? Espetacular, e pouco me importa se têm carros de luxo, se não gosto de um chef ou outro.. A velha máxima do tuga “não tenho e também não quero que ninguém tenha”. É reconhecer o valor destas pessoas, das suas lutas! Coisa que muitos deveriam fazer e não o fazem, tudo se resume a queixumes na moderna caserna das redes sociais. Pode ser que se inspirem…
E a Cristina Ferreira? Nem interessa se gosto dela ou não, é ser humilde para lhe reconhecer o devido valor, e mais, ao que está a fazer. A petição “Contra o ódio e a agressão gratuita na internet”.
Não, não é por ser mulher, que isso do feminismo agora também deturpado, dava pano para mangas e não tenho vagar. E não é só por ser influente. É por usar essa mesma influência, para lutar contra um assunto que muito nos diz, a todos nós, e em particular cá em casa. Pois que não há um texto, que não seja alvo dos comentários mais escabrosos! Mais de 20 anos de insultos no “lombo”, e está tudo bem, chegamos bem para todos! Agora com a democratização das redes sociais, é o descalabro! Vale tudo na internet, e tudo fica impune. Injusto? Bastante!
Todos cheios de razãozinha, cheios de moralzinha, prontos a achincalhar rapidamente tudo o que sai do seu padrãozinho de normalidade pequenina.
Mas que raio, se uma publicação é ridícula, ou se for contrária às minhas convicções, não vou lá dizer que não gosto, ou ofender!! Bolas, que cansativas estão as pessoas…
Por falar em bola, Portugal adora uma boa bola baixa. Por isso, embirra com uma personalidade forte. Se for mulher, então… Se tem muitas opiniões, tem a mania; se dá ideias, quer dominar; se observa, é crítica.
Para mim tudo se resume a gente mal-educada, nesta era de individualismo narcísico, e é só infantilóide. E é um problema de auto-estima. Sempre a competição, sempre a vontade de domar ou neutralizar o outro, sempre uma certa cobardia. As pessoas mais inteligentes e interessantes estão-se nas tintas para se compararem – e adoram pessoas com opiniões.
Estaremos condenados à normalidade? À cultura rasa? À ditadura do todos-iguais? Temos que ser anti-taurinos, saudáveis, sem sal, sem glúten, ter cães nos apartamentos, vai a carneirada toda atrás e é normal. Desculpem, mas não!
Desconfio sempre dos que dizem que dantes é que era, esquecendo que a memória é seletiva e prega partidas, mas nem tudo o que é novo é bom só porque é novo. Às vezes perdem-se coisas pelo caminho. E a tauromaquia não se pode perder!
Ás vezes fica-se sem palavras, a vida pode ser uma calamidade, e tem sido este ano, mas mais por quase todos encolhermos os ombros.
Vamos acreditar e teimar em 2021. E teimar é amar, e nós amamos a Tauromaquia!
Esperança ao alto e umas Boas Festas Taurinas a todos!
Ester Tereno