Uma noite de emoção no Campo Pequeno, com a homenagem dos 75 anos de alternativa de D. Francisco de Mascarenhas e os 45 anos do grupo de forcados do Aposento da Moita. A meio das lides houve ainda outra homenagem, não agendada, ao presidente da câmara da Golegã, José Veiga Maltez, a quem o grupo de Évora brindou uma pega pelo papel que sempre manteve no mundo campero e saudando nele os autarcas taurinos nacionais.
O cartel compôs-se ainda pelo grupo de Évora e touros de Romão Tenório para João Moura Caetano, João Moura Júnior e João Ribeiro Telles.
João Moura Caetano deparou-se com um primeiro touro de investida complicada e algo retraído, porém teve cites ao píton contrário emocionantes e cravagens vistosas que o deixaram por cima do touro.
Évora teve a primeira pega entregue ao cabo João Pedro Oliveira, que se fechou ao primeiro intento.
No seu segundo oponente, Moura Caetano lutou com um desinteresssado fixo na trincheira, que não permitiu a lide desejada.
Pelo grupo aniversariante, foi à cara Martim Lopes que concretizou ao primeiro intento.
Moura saiu com a égua Puebla que se sobrou lindamente com o touro numa brega vistosa para os compridos e seguiu nos curtos com o brio nos cites e a cravagem correcta e carregada da emoção que o ofício pede. Para a cara deste touro foi também o cabo do aposento da Moita, Leonardo Matias, à primeira tentativa.
Com o seu segundo touro, teve nova oportunidade para brilhar e não a desperdiçou, abriu lide com uma bonita sorte gaiola e daí para a frente não houve um ferro que não foi exacto e antecedido de uma boa colocação e depois bem rematado. Realce para duas excelentes mourinas, sagrando-se triunfador da noite nesta lide, com o actual equivalente de duas voltas na ovação. A Moita realizou uma pega difícil ao segundo intento.
O cavaleiro da Torrinha, João Ribeiro Telles Júnior, cravagem certeira nos compridos e nos curtos deparou-se com alguma baixa receptividade do touro, à qual deu a volta numa lide esmerada. António Alves, por Évora, efectuou a pega ao terceiro duro intento, com um touro a derrotar forte.
No último da noite, encontrou um adversário bem colaborante e deu-nos cravagens rigorosas e uma lide clássica plena da alegria que imprime no seu labor, com um momento mais agreste, quando o cavalo tropeça e o touro passa por cima dele e do cavaleiro, aparato sem consequências, além de picar o cavaleiro para cravar dois dos melhores quiebros vistos nesta nocturna e outro ainda que foi dos melhores da temporada.
A última pega da noite foi de João Ventura, pela Moita, sendo concretizada à primeira excelente tentativa.
Silvia Del Quema