Choro ainda o falecimento do Grande Maestro Mário Coelho, choro quem é próximo, e quem é grato.
Obrigada, lembrou-nos sempre que é a inquietação que nos faz querer ser melhores e que talvez seja a elegância, a tonalidade do pundonor e dignidade, todas as cores na primeira das palavras grandes.
E que bem que sabia usar um fato… e sim, um Embaixador de Portugal!
E aconteceu Estremoz, sabendo a pouco, foi claramente uma bendita teimosia, obrigada Miguel Pombeiro!
Agora a estupidez…. Motivo de inquietudes desde sempre, desde Aristóteles, a lista de pensadores preocupados com este fenómeno é interminável. Albert Einstein dizia que “duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; e não estou seguro sobre o universo”.
Olhando para o nosso País, podemos concluir que estamos num ponto em que a nutrida legião de estúpidos cresce e perturba a tranquilidade dos taurinos.
As pessoas estão acriançadas, mas num fundo altamente primitivo, necessitam de causas, e é aqui que se tornam perigosas! Adoptam uma qualquer que esteja na moda, marchas-anti-isto-e-aquilo, e o raio… E até podem vir chatear-me, que tenho vagar!
Num mês apenas, pérolas de sobra, o que torna impossível fazer uma estimativa real do volume de indivíduos estúpidos que surgem sem avisar…
Na Assembleia, chumbados os 5 projectos-lei que pretendiam terminar com o financiamento público aos espetáculos tauromáquicos, valha-nos isso, mas é só o início… Sabem eles das contas? Do retorno dos apoios?
Assistimos ao debate deste tema na TVI, Miguel Sousa Tavares e a líder parlamentar do PAN, recuso-me a mencionar o nome. MST desde sempre no nosso lado, foquei-me nela, na criatura, como se chega àquele nível de desplante?
Uma litrona de lixivia, por certo terá lá por casa, bebe o garrafãozinho inteiro, e lava a boquinha antes de mencionar nomes!
Mas passadas as “azias”, fui estudar este fenómeno que me intriga há uns anos.
Se a ignorância é atrevida, descobri um Índice de Estupidez Humana (IEH), adoro!! Vai da mera estupidez à negligência grave, desde vandalismos injustificados, até à mais sumptuosa manipulação política – significa que não ter uma perspectiva informada e global sobre a tauromaquia, é contribuir para a bestialização global.
Este Índice per se, já é elucidativo… Xô, daqui-para-fora, malta das trevas!
Que estranho, pouco conhecimento e tantas certezas? Na verdade, é um fenómeno comum. Ao depararmo-nos com “especialistas” da Internet (e fora dela), estamos perante um mecanismo psicológico: o efeito Dunning-Kruger, e preparem-se que para além de espetacular, explica muita coisa.
Resumindo o efeito: quanto mais ignorante em determinado assunto, mais confiante se sente a pessoa ao opinar sobre ele. Quão familiar é isto?
Começou com um sujeito que acreditava ficar invisível passando sumo de limão no rosto, assaltando bancos a torto e a direito. Não apresentava transtornos psiquiátricos, acreditava mesmo na sua invisibilidade! Chegou-se à conclusão de que a ignorância gera realmente mais confiança e segurança do que o conhecimento. Onde é que já vimos isto, PAN-lunáticos?
Agora quando assistirmos a “palpiteiros”, cheios de confiança, apesar de pouquíssimo conhecimento, já sabemos que estamos perante um desvio cognitivo muito comum! É fundamental ter a humildade de reconhecer que sabemos muito pouco sobre muitas coisas. E parafraseando o historiador norte-americano Daniel Boorstin, o grande inimigo do conhecimento não é a ignorância. É a ilusão de conhecimento.
E é perigoso, porque é contagioso, o chamado “Pós-Verdade”. Básicamente, uma forma colectiva de estupidez que resulta da incapacidade de processar a realidade e, em vez de tentarem aprender, refugiam-se em ideias estapafúrdias e deixam-se levar por falácias óbvias.
Perto de casa, existem dois supostos “asilos”, vulgo refúgios de cães ou nem sei, para mim, apenas depósitos cruéis, onde os animais estão enfiados dias a fio, ao monte, sem condições absolutamente nenhumas! Mas lá está, eles acreditam que gostam mais de animais do que eu…
Tauromaquia do meu coração, lamento que o radicalismo e o politicamente correcto, estejam a tentar matar a memória do belo. Serás sempre grande, e talvez quando tivermos a sofisticação e a grandeza mais espalhadas pelo mundo, possamos perceber que nos orgulharmos das nossas heranças é um caminho para a mudança.
Não ligo nada aos likes (não teria paciência para ser inluencer- o dia-a-dia plasmado em fotos, uma prisão, e sempre aquela linha ténue e questionável entre o narcisismo benigno e maligno). Mas é flagrante, publicar coisas sérias, e o pessoal assobia para o lado. Já uma foto em biquíni…
Eu percebo, a vida dos outros, agarrarem-se a ideais que não vos pertencem, parece estupendo – mas esta cena de carneirar e ficar cada vez mais oco, parece já antiquada, não?
Como se não nos bastasse a pandemia do coronavírus a acelerar, ainda temos que lidar com a pandemia da ignorância, da maldade e da estupidez?
Ester Tereno